Independentemente do setor de atuação, se houver captura e tratamento de informações pessoais e sensíveis dos consumidores, a empresa precisa se adequar às regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que, a princípio, entram em vigor em agosto de 2020.
A LGPD, assim como sua prima europeia, a GDPR, muda a forma com que as informações das pessoas são tratadas pelas empresas e visa aumentar a privacidade e o controle, por parte dos usuários, de seus dados. No setor de saúde, a LGPD deve mudar a relação entre paciente e instituição, principalmente por permitir aos pacientes saberem exatamente como esses dados serão usados e para que.
Mesmo já sendo fortemente regulado – ANS, Anvisa e Conselho Federal de Medicina já regulam como as instituições devem guardar e usar dados dos pacientes -, o setor também será muito impactado pelas regras que definem como informações relacionadas à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico dos pacientes devem ser capturadas, arquivadas ou utilizadas.
Como a LGPD irá impactar a experiência do paciente
Quando a lei entrar em vigor, os pacientes passarão a ter acesso ampliado às informações disponíveis nos hospitais, clínicas, consultórios médicos e operadoras de planos de saúde, e poderão solicitar correções e até a exclusão dessas informações. Da mesma forma, esses dados não poderão ser usados para negar o acesso a tratamentos ou a criação de um “health score”. O compartilhamento de dados pessoais também é proibido, salvo para portabilidade ou necessidade de comunicação para prestação de serviços de saúde suplementar.
O que vai mudar?
- Segurança de dados
As instituições de saúde devem entender como é feita a coleta e armazenagem das informações dos pacientes e, no caso de violação, têm até 72 horas para divulgar a violação. As multas no caso de violação de dados podem chegar a 2% do faturamento da empresa e isso deve contribuir para que invistam em mais recursos para segurança de dados. - Perfis detalhados dos pacientes
Como as empresas precisarão manter um maior controle sobre as informações disponíveis, sua finalidade e localização, isso significa que podem ter uma visão mais detalhada de cada paciente, melhorando diagnósticos e oferecendo os melhores tratamentos a custos menores. - Pacientes controlam suas informações
Apesar de serem dados confidenciais, muitas vezes, resultados de exames são compartilhados para auxiliar no diagnóstico e o paciente não tem ideia de como essas informações são tratadas pelas empresas. O LGPD muda esse jogo, pois essas informações devem estar disponíveis sempre que o paciente as solicitar e serem excluídas se ele desejar. - Novas fontes de dados
Diversos dispositivos – como os smartwatches – são usados para monitorar a saúde das pessoas, mas poucos pacientes compartilham essas informações com seu médico. Assim, existe uma grande base dados que pode ser usada para melhorar a vida das pessoas. Da mesma forma, programas de troca de mensagens, como o Whatsapp, podem ser utilizados para enviar dados e outras informações aos pacientes. - Melhores insights
A quantidade de dados capturados durante anos pelas instituições podem ser analisados para melhorar o atendimento, diagnósticos, acelerar novas terapias e contribuir para que o paciente melhore a prevenção.
Dados são o coração dos hospitais e podem servir de base para transformar a forma com que as instituições se relacionam com seus pacientes. Baixe nosso whitepaper e conheça os fatores que estão transformando o setor de saúde.